Em ação conjunta com o Governo Federal, por meio da Polícia Federal, agentes da Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (FELCC) da Bolívia prenderam, nessa sexta-feira, 16, Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta. Ele é identificado como um dos principais articuladores de um esquema internacional de lavagem de dinheiro vinculado à organização criminosa PCC. Considerado o número 2 da facção, o indivíduo estava foragido desde 2020 e foi detido por uso de documento falso em Santa Cruz de la Sierra.
Ele foi recentemente condenado por associação criminosa e lavagem de capitais, com pena superior a 12 anos de reclusão. Além disso, consta na Lista de Difusão Vermelha da Interpol — pedido às autoridades policiais em todo o mundo para localizar e prender provisoriamente uma pessoa —, o que motivou a intensificação dos esforços para sua localização e captura. A partir da confirmação de sua verdadeira identidade, ele foi detido pela Força Especial de Luta Contra o Crime Organizado na Bolívia (FELCC).
Em coletiva de imprensa neste sábado (17) em Brasília/DF, Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, informou que o escritório da Interpol na capital federal — que é uma coordenação dentro da Diretoria de Cooperação Internacional da PF — foi acionado para checar suas bases de dados e informar com precisão à polícia boliviana a respeito da pessoa que estava se apresentando com documento falso.
“Imediatamente foi feita a checagem e aqui eu ressalto a importância, uma vez mais, da nossa base de dados biométrica, que permitiu praticamente em tempo real retornar a informação ao nosso oficial de delegação lá em Santa Cruz de la Sierra e aos colegas da Polícia da Bolívia, informando tecnicamente quem era exatamente aquela pessoa que estava ali e, com isso, permitindo que a polícia boliviana fizesse a detenção dessa pessoa”, ressaltou.
Após feita a identificação do foragido, a Polícia Federal comunicou o êxito da captura ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). “O ministro Ricardo Lewandowski também, pela relevância do caso, informou ao presidente Lula e ao nosso chanceler, embaixador e ministro Mauro Vieira, que prontamente acionou a nossa missão diplomática na Bolívia para que acompanhasse o caso e prestasse todo o apoio às nossas unidades naquele País”, afirmou Rodrigues.
O indivíduo permanece sob custódia das autoridades bolivianas, aguardando os procedimentos legais que poderão resultar em sua expulsão ou extradição ao Brasil.
Compromisso
Andrei Rodrigues reforçou o compromisso da PF com o combate ao crime organizado. “O crime organizado se combate com essas ações, com a prisão de lideranças, com o enfrentamento ao poder econômico dessas entidades criminosas e, fundamentalmente, com a integração e cooperação doméstica e internacional”, afirmou.
No âmbito da atuação contínua do Governo Federal para combater o crime organizado, o diretor-geral da Polícia Federal elencou ações recentes. “Poderia citar, só nesses 15 dias de maio, a operação contra roubo de cargas em São Paulo; a operação das forças integradas na Bahia com a prisão de líderes de facção criminosa da Bahia e de Minas Gerais; a Operação Tripeiros; a Operação Column; a facção criminosa Tocantins; a Red Dots no Rio Grande do Norte; a Operação Narco Vela, com um bloqueio de mais de um bilhão de reais, que é uma operação com foco no tráfico de drogas; o envio de drogas para a Europa, utilizando veleiros”, resumiu.