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Saúde

Apesar dos avanços tecnológicos que encurtaram distâncias, facilitaram a comunicação e revolucionaram diversas áreas, incluindo a medicina, uma estatística persiste ano após ano: as doenças cardiovasculares continuam liderando o ranking de causas de morte no Brasil. Um levantamento do Painel de Monitoramento da Mortalidade do Ministério da Saúde, de 2024, comprovou mais uma vez essa realidade alarmante: as complicações cardíacas permanecem como o principal motivo de óbitos entre os brasileiros. Mas o que explica esses números? 

Segundo dois estudos renomados, o InterHeart e o InterStroke, cerca de 90% dos infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs) poderiam ser evitados com medidas preventivas simples, como mudanças no estilo de vida. A medicina diagnóstica, por sua vez, já é capaz de identificar alterações cardíacas precocemente, muitas vezes antes mesmo da manifestação de sintomas. No entanto, dados da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) revelam que quase um quarto da população (23%) nunca passou por uma consulta com um cardiologista. 

Para o cardiologista dr. Henrique Furtado, a conscientização da população é, atualmente, um dos maiores desafios enfrentados pela medicina cardiovascular. "Do ponto de vista médico, nunca tivemos um cenário tão favorável para o diagnóstico precoce, tratamento e prevenção de doenças do coração. O grande entrave, porém, continua sendo a negligência com a própria saúde. Há quem nunca tenha se consultado com um cardiologista e há também quem ainda acredite que doenças cardíacas são exclusivas da terceira idade, o que está longe de ser verdade", alertou. 

Ainda segundo o especialista, em grande parte dos casos, o desfecho trágico está diretamente relacionado à ausência de cuidados básicos com a saúde. "As pessoas precisam levar a saúde cardiovascular mais a sério. Manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos com regularidade, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, além de realizar check-ups periódicos. São atitudes simples, mas extremamente eficazes", orienta o cardiologista. (Precisa/AI)