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Polí­tica

Foto: Divulgação

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O deputado federal Glauber Braga foi recebido no Plenarinho da Câmara Municipal de Palmas no sábado, 7, durante ato político em defesa do seu mandato e contra o processo de cassação instaurado no Conselho de Ética dos Deputados. "Aqui estão aqueles e aquelas que não escolheram o lado fácil da história e que já sofreram durante a sua vida todo tipo de pressão e não se entregaram. Não é nesse momento em que a gente precisa tanto enfrentar essa tentativa de silenciamento por parte dos fascistas de plantão e da extrema direita que a gente vai recuar. O deputado Arthur Lira tomou a decisão de cassar e nós tomamos a decisão de não sermos derrotados", disse Glauber. 

A atividade, que deu sequência à Caravana Nacional #GlauberFica, contou com a presença de diversas lideranças locais, partidos de esquerda, movimentos sociais e representantes da sociedade civil. Entre os órgãos presentes estavam PT, PSOL, PCdoB, Rede Sustentabilidade, além do setor de mulheres, juventude e igualdade racial, e a presença do Coletivo Somos, com a vereadora Thamires Lima (PT) ao lado do parlamentar na mesa, e a presença dos co-vereadores no Plenarinho.

Na oportunidade, Glauber pediu às lideranças presentes a criação de Comitê de Mobilização para que haja um contato direto com os oitos deputados federais tocantinenses. "Estamos percorrendo o Brasil, estamos mobilizando a luta. Em todos os estados que a gente está passando estamos pedindo a criação de comitês de mobilização. Se vocês puderem formar um comitê de mobilização para avaliarem os oito deputados - tem aquele que vocês vão dizer: esse aqui não adianta, mas tem aquele que vocês vão dizer: vale a pena bater no gabinete para dizer que somos contra", pediu. O deputado recebeu afirmativa positiva. 

Glauber disse ser preciso que os parlamentares saibam que todo o processo está sendo acompanhado de perto. "Mesmo que sejam de uma linha diferente da nossa, mas para que saibam que tem gente acompanhando, que o povo está acompanhando e sabe o que está acontecendo", completou. 

Perseguição 

Após as falas de apoio dos líderes, o deputado Glauber fez retrospectiva do processo de perseguição política que começou a sofrer após fazer falas combativas ao deputado Lira, críticas às ações da extrema direita e, o principal, as denúncias sobre o orçamento secreto, com desdobramentos no Supremo Tribunal Federal (STF) e investigações da Polícia Federal. “Foram as denúncias contra o orçamento secreto, que culminou em uma ação no STF e levou ao bloqueio, pelo ministro Flávio Dino, de mais de R$ 4 bilhões de emendas parlamentares. Foram as denúncias das manobras e articulações do Arthur Lira para garantir a execução desse dinheiro de forma suspeita. Como explicar um deputado não querer ser o autor da destinação de um recurso? Não ter seu nome atrelado a indicação feita?”. 

A acusação formal contra o deputado surgiu após um embate com membros do MBL, mas ganhou contornos políticos, sendo interpretada por juristas e militantes como uma tentativa de silenciamento de uma das vozes mais combativas no parlamento. Durante o ato, recorrentemente enfatizou-se que a cassação não ameaça apenas o mandato de Glauber Braga, mas representa um risco à liberdade de expressão e à autonomia parlamentar, golpeando a representatividade popular.

Além das falas de parlamentares e representantes de movimentos diversos, Glauber Braga apresentou-se como a voz central da mobilização. Ele denunciou o caráter político do processo disciplinar e reforçou a necessidade da união das forças democráticas contra retrocessos sociais e autoritários.