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Saúde

Foto: Freepik

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O Dia de Conscientização da Cardiopatia Congênita, lembrado em 12 de junho, joga luz sobre uma das principais causas de mortalidade infantil no Brasil. Segundo a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), cerca de 28 mil novos casos da doença são registrados anualmente no país, e a maior parte exige intervenção médica ainda no primeiro ano de vida. No Tocantins, mais de 120 atendimentos relacionados à cardiopatia congênita foram registrados pela Defensoria Pública do Estado entre 2024 e os primeiros meses de 2025, evidenciando a recorrência dos casos e a importância da detecção precoce.

De acordo com o cardiologista Dr. Henrique Furtado, a cardiopatia congênita é uma anomalia na formação do coração ainda durante a gestação, que pode ser detectada por exames como o ultrassom morfológico ou o ecocardiograma fetal. Após o nascimento, o chamado “teste do coraçãozinho” também é uma ferramenta importante de rastreio. “Quanto mais cedo se identifica a cardiopatia, maiores são as chances de um tratamento bem-sucedido. Há crianças que nascem com alterações simples, como a comunicação interventricular (CIV), e que, se tratadas no tempo ideal, podem ter o coração funcionando normalmente e levar uma vida sem restrições”, explica o médico.

Ainda segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), 80% das pessoas com cardiopatia congênita precisam de cirurgia, e metade delas já no primeiro ano de vida. Fatores como idade materna acima de 35 anos, doenças autoimunes, infecções durante a gestação, uso de certos medicamentos e gravidez por fertilização in vitro podem contribuir para o surgimento da condição. “Toda criança deve passar por uma avaliação cardiológica, mesmo que não apresente sintomas. Quando o diagnóstico é feito precocemente, conseguimos orientar os pais, acompanhar o caso e definir o melhor momento para possível intervenção”, ressalta Dr. Henrique.

A cardiopatia congênita não tem cura, mas tem tratamento, e os avanços nos procedimentos diagnósticos e cirúrgicos têm possibilitado melhor qualidade de vida aos pequenos pacientes. “Com os cuidados certos, muitas dessas crianças se desenvolvem normalmente, frequentam a escola, praticam esportes e têm um futuro promissor”, conclui o especialista. (Precisa/AI)