Às vésperas da reunião de Cúpula dos BRICS, no Rio de Janeiro, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) organiza, nos dias 24 e 25 de junho, no Palácio da Cidade, o Fórum de Academias de Ciências dos BRICS. O encontro vai discutir temas estratégicos em pesquisa e inovação e propor recomendações aos governos. Jornalistas poderão acompanhar o Fórum mediante credenciamento.
O objetivo das Academias de Ciências é aprovar uma declaração conjunta que será levada aos chefes de Estado para embasar o documento final da Cúpula de 2025, realizada nos dias 6 e 7 de julho. O bloco econômico reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.
“Em um cenário global marcado por instabilidade crescente, com crises sucessivas que alimentam conflitos e agravam a ordem geopolítica, as Academias de Ciências do BRICS assumem o desafio de indicar caminhos alternativos para enfrentar os obstáculos comuns ao desenvolvimento. Nosso compromisso é contribuir, de forma articulada, com propostas fundamentadas no conhecimento, na solidariedade e na valorização da diversidade cultural, biológica e social — elementos essenciais para enfrentar as desigualdades persistentes e as emergências ambientais que incidem de forma desproporcional sobre os países do Sul Global”, afirma Helena Nader, presidente da ABC.
O Fórum de Academias de Ciências ocorre no contexto da presidência rotativa do Brasil nos BRICS. O evento contará com a presença do secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luis Fernandes, e de outras autoridades. O lema de 2025 é “Fortalecendo a Cooperação entre o Sul Global por uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”.
Durante o Fórum, representantes das academias de ciências de países-membros e demais parceiros dos BRICS, como Belarus, Malásia e Nigéria, irão debater propostas para o fortalecimento da cooperação científica, ações para preservação da biodiversidade e incentivo à inovação em energia, clima, inclusão digital e o fortalecimento do papel das academias como conselheiras científicas.
Organizado pela ABC, o Fórum de Academias de Ciências dos BRICS tem patrocínio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e apoio da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
“A Cooperação entre o Sul Global passa por uma agenda estratégica de longo prazo. O BNDES apoia projetos e iniciativas que avancem na inovação, na sustentabilidade e na inclusão social. A agenda de ciência e tecnologia é essencial para que os países do BRICS pactuem agendas conjuntas de desenvolvimento econômico e social. Esperamos que os debates possam trazer novas propostas e novos caminhos para o desenvolvimento integrado”, afirma José Gordon, Diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES.
O Fórum também contará com apresentações de cientistas brasileiros que são membros titulares da ABC. Jorge Almeida Guimarães, professor emérito da UFRGS, e Odir Dellagostin, professor da UFPel e ex-presidente do CONFAP (Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa), vão mostrar como a ciência pode fortalecer parcerias para desenvolvimento social, econômico e ambiental dos países. Denise Pires de Carvalho, presidente da CAPES, vai abordar o papel central da educação no Sul Global. Já Carlos Nobre, climatologista e copresidente do Painel Científico para a Amazônia, irá discutir os desafios da emergência climática para a humanidade. A programação completa pode ser vista aqui.
O é um evento anual para promoção da cooperação entre países emergentes em áreas estratégicas como ciência, tecnologia, inovação, economia e desenvolvimento sustentável. Em 2024, o encontro ocorreu em Moscou, na Rússia, e celebrou a entrada dos novos integrantes do BRICS, além do tricentenário da Academia Russa de Ciências. A reunião contribuiu para reforçar a urgência de cooperação científica, integração regional e compromisso com agendas globais como sustentabilidade e equidade.