Nove em cada 10 brasileiros que afirmam evitar desperdício e geração de lixo têm renda entre 2 e 5 salários mínimos, ou seja, ganham entre R$ 3.036 e R$ 7.590. O dado inédito é da pesquisa do Sindicato da Indústria de Material Plástico, Transformação e Reciclagem de Material Plástico do Estado de São Paulo (Sindiplast), em parceria com a Nexus.
Mesmo sendo a classe privilegiada em termos de informação e infraestrutura, os que ganham acima de cinco salários não estão no topo do ranking de práticas sustentáveis e são 82% dos entrevistados. Já os que vivem com apenas um salário, o percentual cai para 74%. O estudo mostra que os brasileiros com renda intermediária são os que mais reciclam.
Apesar das barreiras, a pesquisa do Sindiplast/Nexus mostra um esforço coletivo na prática de hábitos sustentáveis, já que 81% dos brasileiros afirmam evitar o desperdício de lixo, 75% dizem separar materiais para reciclagem em casa, e 22% chegam a doar ou entregar embalagens plásticas para empresas especializadas.
Ainda de acordo com a pesquisa, o plástico é apontado como material mais reciclado no Brasil (90%) - a frente do alumínio (73%) e do papel/papelão (68%) -, e também é visto como essencial por 6 em cada 10 brasileiros, principalmente, por sua função de conservar alimentos e garantir higiene.
A barreira não é apenas econômica: a falta de informação (28%) e de estrutura pública (17%), como coleta seletiva, são apontadas como os maiores entraves.
Metodologia
A pesquisa da Nexus, a pedido do Sindiplast, foi feita em março, por telefone, com 2.009 pessoas a partir de 16 anos, nos 26 estados e Distrito Federal. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.