Em sessão do Tribunal do Júri realizada em Augustinópolis, o Conselho de Sentença acolheu integralmente as teses apresentadas pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO) e condenou Adriano M. da L. a 35 anos de prisão por tentativa de feminicídio contra a ex-companheira e tentativa de homicídio contra um homem que a acompanhava.
Os crimes ocorreram em fevereiro de 2023, quando o réu, movido por ciúmes, perseguiu as vítimas na rodovia que liga o povoado Centro dos Firminos a Carrasco Bonito. Ele utilizou seu veículo para colidir com a motocicleta em que estavam a mulher e o homem, provocando uma queda imediata. Após derrubar o casal, Adriano ainda tentou atropelar o piloto da moto, que estava ferido no chão, obrigando a ex-companheira a se esconder no matagal para escapar de nova agressão.
Segundo denúncia do MPTO, a consumação dos crimes só não ocorreu devido à rápida intervenção de amigos das vítimas, que impediram o réu de prosseguir nas agressões. O denunciado, antes de fugir do local, ainda chegou a agredir uma amiga dele que tentava proteger o homem caído no chão.
Durante o julgamento, o promotor de Justiça, Guilherme Deleuse, que atuou no júri, sustentou a acusação por motivo torpe e pelo uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas. Os jurados acolheram integralmente a tese do MP, resultando na condenação.
Segundo o promotor de Justiça, a decisão representa um marco importante no enfrentamento da violência contra a mulher. “O réu já possuía histórico de agressões, inclusive com medida protetiva solicitada pela atual companheira, e a população de Carrasco Bonito tinha conhecimento desse comportamento. A condenação reafirma que a violência doméstica e os feminicídios não podem ser tolerados”, destacou.
O júri foi realizado na última quinta-feira, 21, e, além da condenação, a sentença fixou indenização de R$ 200 mil em favor das vítimas.