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Veículos

Foto: Divulgação Stellantis

Foto: Divulgação Stellantis

Em um movimento inédito na indústria automotiva sul-americana, a Stellantis inaugurou em Osasco (SP) seu primeiro Centro de Desmontagem Veicular Circular AutoPeças. A iniciativa marca a entrada da fabricante em um novo modelo de operação voltado à Economia Circular, com foco no reaproveitamento de peças e na redução do impacto ambiental. O projeto integra o plano global da empresa e representa o segundo centro do tipo no mundo, após a unidade de Mirafiori, em Turim, na Itália.

“Hoje, temos uma destinação correta para 100% dos materiais dos veículos desmontados. Desde os fluídos, como óleos e combustíveis, até matérias-primas como aço, ferro, alumínio, cobre e outros metais nobres, tudo é reaproveitado”, afirma Paulo Solti, vice-presidente de Peças e Serviços para a América do Sul. Com investimento de R$ 13 milhões, o centro tem capacidade para desmontar até 8 mil veículos por ano e deve gerar 150 postos de trabalho.

A unidade recebe veículos sinistrados ou em fim de vida útil, adquiridos por meio de leilões. Após a chegada, os automóveis passam por descontaminação e seguem para a linha de desmontagem, onde são inspecionados e classificados. As peças em condições de reuso são limpas com produtos biodegradáveis, identificadas e rastreadas conforme exigências do Detran. Cada veículo é vinculado a uma carteira de desmonte, com até 49 grupos de peças e informações detalhadas sobre origem e procedência.

As peças recuperadas são comercializadas em canais físicos e digitais. Em Osasco, a venda ocorre em loja instalada no próprio centro, enquanto no ambiente online os componentes estão disponíveis no Mercado Livre e, futuramente, em e-commerce próprio. Todas as transações seguem critérios de segurança e rastreabilidade.

O reaproveitamento de peças ainda enfrenta desafios no Brasil. Estima-se que apenas 1,5% dos cerca de 2 milhões de veículos que chegam ao fim da vida útil anualmente tenham destinação ambientalmente correta. O mercado nacional de reciclagem automotiva pode movimentar até R$ 2 bilhões por ano.

Fotos: Divulgação Stellantis

“Em um mundo cada vez mais impactado pela escassez de matérias-primas, garantir o acesso a recursos críticos é um imperativo estratégico”, afirma Laurence Hansen, vice-presidente sênior global de Economia Circular. Segundo ele, ao internalizar as operações de desmontagem, a Stellantis passa a controlar o fluxo de componentes e reduz o desperdício.

O centro de Osasco integra um ecossistema de Economia Circular que inclui o Centro de Recondicionamento de Veículos, inaugurado em 2024 em Betim (MG). A unidade realiza serviços completos de recuperação de veículos, como pintura, manutenção, substituição de peças e certificação. “A Economia Circular é estratégica para os negócios da Stellantis e fundamental para impulsionar inovação, sustentabilidade e eficiência em toda a cadeia automotiva”, afirma Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis América do Sul.

Além da recuperação de veículos, o centro de Betim capacita jovens aprendizes da comunidade local, com foco na formação técnica e inclusão no mercado de trabalho. A estrutura consolidada pela Stellantis no Brasil fortalece sua atuação na América do Sul e contribui para os objetivos globais de descarbonização da indústria.

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