Gurupi sediou nesta quinta-feira, 28, no Centro Cultural Mauro Cunha, audiência pública voltada para a inclusão socioprodutiva de catadores e catadoras de materiais recicláveis. O evento foi promovido pelo Ministério do Trabalho, pela Procuradoria Regional do Trabalho da 10ª Região e pela Prefeitura de Gurupi, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente. A atividade reuniu catadores, associações, representantes de instituições e autoridades, entre elas a prefeita Josi Nunes.
A audiência foi presidida pela procuradora e coordenadora regional de Regularidade do Trabalho, Dra. Dalliana Vilar Pereira, que destacou a importância do encontro como parte de um projeto nacional do Ministério Público do Trabalho, voltado à inclusão socioprodutiva dos catadores.
“O objetivo é ouvir os catadores e catadoras de materiais recicláveis, compreender sua realidade e construir soluções coletivas. A audiência integra um projeto nacional do Ministério Público do Trabalho que busca, além do fechamento dos lixões e a implantação de aterros, garantir a inclusão social e produtiva desses trabalhadores, que são verdadeiros agentes ambientais. Não podemos simplesmente encerrar os lixões sem assegurar que esses profissionais sejam incluídos na cadeia de produção. Hoje é um dia de ouvir mais do que responder, de provocar reflexões sobre como organizar de forma adequada os catadores em associações e cooperativas, discutir as obrigações dos municípios e apontar formas possíveis de financiamento para que essa inclusão seja real e duradoura”, disse Vilar.
Compromisso da gestão municipal
A prefeita Josi Nunes destacou que a temática é essencial para construir soluções que assegurem a dignidade desses trabalhadores. “Discutir a inclusão dos catadores é garantir cada vez mais a valorização de profissionais que desempenham um trabalho tão importante para a sociedade e para o meio ambiente. Nossa gestão sempre estará aberta ao diálogo e à construção coletiva dessas melhorias, em qualquer segmento”, afirmou.
O vice-prefeito Adailton Fonseca reforçou que a audiência amplia o debate sobre melhorias reais na vida dos catadores. “Essa discussão é muito bem-vinda. Gurupi já está caminhando para criar cooperativas, como prevê a premissa nacional do Ministério Público do Trabalho, mas o mais importante é que isso se traduza em qualidade de vida para os catadores e catadoras. Esse é o compromisso da gestão: avançar para melhorar a vida dessas pessoas”, ressaltou.
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente, Wilson de Souza, lembrou que a prefeitura tem atuado como mediadora entre os catadores e as associações. “Essa audiência pública é muito importante porque traz conforto aos catadores. A Prefeitura tem se empenhado em mediar esse diálogo para que todos tenham um saldo positivo, fortalecendo o cooperativismo e a preservação ambiental”, disse.
Já a secretária municipal de Assistência Social, Rayane Nascimento, ressaltou a importância do diálogo e da valorização. “Queremos ouvir, entender as necessidades e transformar em propostas concretas. Os catadores têm papel fundamental para manter Gurupi limpa, reduzir o lixo em aterros e gerar renda. Nossa gestão reconhece essa importância e está comprometida em apoiá-los, fortalecendo cooperativas, oferecendo melhores condições de trabalho e garantindo sua inclusão no SUAS. Queremos que sejam vistos como verdadeiros agentes ambientais, com dignidade e valorização”, afirmou.
Foto: Lino Vargas – Secom GurupiParticipação dos catadores
Os trabalhadores da reciclagem também tiveram espaço para expor suas demandas e expectativas. O catador Adão Santos de Carvalho, que atua há mais de 10 anos no Aterro Sanitário de Gurupi, reforçou a necessidade de avanços. “Essa discussão é muito necessária para nós. Esperamos que daqui saiam melhorias para o nosso trabalho e para a nossa vida”, disse.
A catadora Geralda Nogueira, que trabalha pelas ruas da cidade, agradeceu pela oportunidade de participar. “Foi muito importante poder estar aqui e sugerir melhorias. Espero que consigamos melhorar nossa renda e as condições de trabalho”, afirmou.
Já Diogo de Oliveira, também catador no Aterro Sanitário, destacou a importância do diálogo com as autoridades. “Essa audiência foi muito boa para sermos ouvidos e falar sobre nossas necessidades com as autoridades. Precisamos desse apoio para continuar nosso trabalho de forma mais justa e organizada”, ressaltou.
Autoridades e instituições presentes
Além da prefeita Josi Nunes e do vice-prefeito Adailton Fonseca, participaram da audiência a juíza titular da Vara do Trabalho de Gurupi, Érica Oliveira Angoti; a promotora de Justiça do Ministério Público Estadual, Maria Juliana Naves Dias do Carmo; o defensor público, Dr. Antonio Iwace Santana; o procurador do Trabalho, Dr. João Otávio Fidanza Frota (participação remota); representantes do Cerest, universidades e institutos federais, entre outras autoridades.
Também estiveram presentes representantes das associações ACMG (Associação de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis de Gurupi) e Reciclagem Novo Mundo, além de catadores e catadoras individuais.
Próximos passos
A audiência pública marca o início de uma série de debates que deverão envolver o Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Estadual, Defensoria Pública, Poder Judiciário e órgãos municipais. O objetivo é construir soluções conjuntas que promovam a inclusão socioprodutiva dos catadores e catadoras de materiais recicláveis em Gurupi, alinhando sustentabilidade, cidadania e geração de renda.