O Índice de Confiança da Indústria (ICI) do FGV IBRE caiu 4,4 pontos em agosto, para 90,4 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 2,8 pontos, para 94,0 pontos.
“A queda da confiança da indústria em agosto reforça a tendência de insegurança entre os empresários. As avaliações sobre o momento atual dos negócios evidenciam a preocupação de alguns setores com o acúmulo de estoques. Quanto ao futuro, nota-se pessimismo do setor em todas as categorias de uso, principalmente em relação às perspectivas para um horizonte de tempo maior, de seis meses. O resultado da sondagem está em linha com a complexidade da macroeconomia para o setor industrial no segundo semestre. Um cenário de contração da política monetária e de aumento da incerteza, em virtude das questões externas envolvendo Brasil e EUA, pode intensificar a desaceleração que já era esperada para o setor”, comenta Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.
Em agosto, confiança recuou em 15 dos 19 segmentos industriais pesquisados pela Sondagem. O resultado reflete piora tanto nas avaliações sobre a situação atual quanto nas expectativas em relação aos próximos meses. O Índice Situação Atual (ISA) caiu 3,9 pontos, para 93,4 pontos e o Índice de Expectativas (IE) retrocedeu 4,9 pontos, para 87,6 pontos.
Índice de Expectativas registra o menor nível desde 2021
Entre os indicadores que compõem o ISA, o que exerceu maior influência na queda foi o que mede a situação atual dos negócios ao retroceder 6,1 pontos, para 91,3 pontos, essa é a maior queda no indicador desde janeiro de 2022. O nível atual de demanda recuou 2,0 pontos, para 95,6 pontos, com esse resultado, o indicador permanece com o patamar mais baixo desde março de 2024 (94,5 pontos). O indicador que mensura o nível dos estoques1, subiu 3,4 pontos no mês, para 106,2 pontos, maior patamar desde novembro de 2023 (107,1 pontos). Quando este indicador está acima de 100 pontos, sinaliza que a indústria está operando com estoques excessivos (ou acima do desejável).
Com relação às expectativas, observou-se piora significativa em todos os indicadores que compõem o índice, sendo a mais intensa no que mede o ímpeto de contratações. O indicador de expectativas de emprego caiu 5,9 pontos, para 91,2 pontos, alcançando o pior resultado desde junho de 2020 (76,0 pontos), período em que a economia brasileira sofria com o lockdown da pandemia. O otimismo com evolução dos negócios nos próximos seis meses, retratado pelo indicador de tendência dos negócios, e a percepção sobre a produção prevista pioraram pelo terceiro mês. Os indicadores recuaram 4,5 e 4,1 pontos, para 83,6 e 88,6 pontos, respectivamente.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (NUCI) manteve-se relativamente estável ao variar 0,1 ponto percentual em agosto, para 82,6%.