Uma das vozes mais sofisticadas da música brasileira vai ecoar em Palmas de uma forma inédita. A cantora e arquiteta Yane Lopes vai realizar o projeto “Nara Leão: Voz e Verso”, aprovado no edital de seleção pública de patrocínios do Banco da Amazônia (Basa). A seleção consolida não apenas a trajetória de Yane como artista, mas também a relevância da cultura do Norte no mapa da música nacional.
O projeto prevê a gravação ao vivo de um álbum tributo à “musa da bossa nova”, acompanhado de videoclipe, oficina formativa e show. A proposta não se limita à homenagem, mas cria uma ponte entre a tradição carioca da bossa nova e os ritmos da Amazônia Legal, como o carimbó, o lundu e o marabaixo, numa fusão que celebra diversidade e inovação. “Nara Leão nos inspira não apenas pela delicadeza de sua voz, mas pela força de sua postura artística e política. Ela abriu caminhos para que mulheres pudessem ocupar espaços na música com autenticidade e coragem. Esse projeto é uma forma de revisitar sua obra e, ao mesmo tempo, criar novas conexões com a cultura da nossa região”, afirma Yane Lopes.
Com repertório que passeia por clássicos como “O Barquinho”, “Meditação”, “Carcará”, “A Banda” e “Sabiá”, o álbum ao vivo promete ser mais do que uma gravação: será uma experiência coletiva, captando a energia do público e a espontaneidade do palco. “Quero que esse tributo seja uma vivência. Ao integrar os ritmos amazônicos à bossa nova, reafirmamos que a música brasileira é múltipla e viva. É também uma forma de mostrar que Palmas pode ser protagonista em produções de qualidade nacional, sem perder sua identidade local”, reforça a cantora.
Show
A estreia do show “Nara Leão: Voz e Verso” está prevista para o dia 15 de outubro, no Teatro Sesc Palmas, coma promessa de ser um marco para a cena cultural tocantinense e uma celebração da força da música brasileira, agora impulsionada pelo apoio do Banco da Amazônia S.A e Governo Federal.
Oficinas
Além do show, o projeto inclui uma oficina gratuita de vivência musical voltada para jovens e mulheres das periferias da capital. A proposta é mergulhar no universo rítmico da bossa nova e do samba, com exercícios práticos de canto e percussão, estimulando a expressão musical mesmo entre iniciantes.
A iniciativa traz ainda um olhar social e inclusivo: acesso gratuito para parte do público, ações de acessibilidade (como intérprete de Libras e materiais adaptados) e contrapartidas ambientais, como a redução de impressos e incentivo à coleta seletiva nos eventos. “Não é apenas sobre cantar Nara. É sobre perpetuar sua coragem, seu olhar feminino e sua capacidade de transformar música em atitude. Acredito que essa seja a maior contribuição que podemos oferecer à nova geração: a certeza de que a arte é um espaço de resistência e de encontro”, completa Yane.
Artista
Natural de Goiás e radicada há 15 anos em Palmas, Yane tem se consolidado como uma das intérpretes mais consistentes da cena tocantinense. Dona de um timbre envolvente, transita entre a bossa nova, a MPB e o jazz, sempre com atenção à acessibilidade e ao diálogo com novos públicos. Seu EP Tão Longo Amor (2022), financiado pela Lei Aldir Blanc, rendeu reconhecimento nacional e abriu portas para outros projetos de impacto.