O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reúne-se nesta semana e a expectativa predominante no mercado financeiro é de manutenção da taxa Selic em 15% ao ano, patamar considerado extremamente contracionista. A decisão será anunciada na quarta-feira (17), após dois dias de reunião.
De acordo com analistas ouvidos pelo Boletim Focus, a inflação projetada para 2025 recuou levemente, de 4,85% para 4,83%, mas segue próxima ao limite superior da meta oficial, de 3% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Esse cenário reforça a avaliação de que ainda não há espaço para cortes de juros.
A expectativa é de que o comunicado que acompanha a decisão traga ajustes sutis no tom, deixando claro que qualquer flexibilização só deve ocorrer em 2026.
No câmbio, o mercado projeta o dólar a R$ 5,50 no fim do ano, ligeiramente abaixo da previsão anterior de R$ 5,55. Já o PIB de 2025 deve crescer 2,16%, segundo a mediana das estimativas coletadas pelo Banco Central. Para 2026, porém, economistas revisaram para baixo as projeções de crescimento e de juros, com a Selic encerrando o período em torno de 12,38%.
O desafio do Copom será equilibrar a necessidade de manter a inflação sob controle diante de uma economia que já dá sinais de desaceleração.
Indicadores como o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, apontam para ritmo mais fraco de atividade, aumentando a pressão por um alívio na política monetária. Ainda assim, o consenso é de que o aperto continuará por mais tempo.
*Luan Cordeiro é economista da Droom Investimentos.