O aumento das viagens de fim de ano no Brasil também envolve cães e gatos, que acompanham seus tutores em deslocamentos por estradas, aeroportos e diferentes regiões do país. O movimento, mais frequente nos meses de novembro e dezembro, exige preparação prévia para reduzir riscos à saúde e ao bem-estar dos animais durante trajetos e estadias fora de casa.
De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), mais de 20 milhões de cães e gatos viajam anualmente no país. O número acompanha a expansão de hotéis e serviços pet friendly e reforça a necessidade de planejamento, especialmente em períodos de maior fluxo, quando mudanças de clima, rotina e ambiente se tornam mais intensas.
A preparação começa antes da data da viagem. Veterinários recomendam que o tutor avalie o histórico de saúde do pet e não se limite à verificação da carteirinha de vacinação. Viagens longas ou para regiões com características climáticas diferentes demandam atenção específica. “Viajar com pets exige atenção ao histórico de saúde deles, às vacinas, ao controle de parasitas e ao conforto durante o trajeto. Pequenos cuidados podem evitar grandes emergências”, afirma a médica-veterinária Renata Tolezano, coordenadora Clínica na WeVets.
Entre os principais pontos estão as vacinas obrigatórias, como antirrábica e múltiplas (V8 ou V10), além da proteção contra doenças com maior incidência em determinadas épocas e localidades, como gripe canina e leishmaniose. Dados do Instituto Pet Brasil indicam que atendimentos preventivos aumentam até 30% no fim do ano, reflexo do maior deslocamento de animais. “A prevenção é o caminho mais seguro para proteger a saúde e o bem-estar do pet durante a viagem, reduzindo riscos e evitando emergências fora de casa”, complementa Renata.
O clima também influencia diretamente a adaptação dos pets. Exposição prolongada ao calor, umidade elevada ou mudanças bruscas de temperatura podem provocar estresse e agravar quadros respiratórios, gastrointestinais ou dermatológicos. Animais idosos ou com doenças crônicas exigem acompanhamento mais próximo e, em alguns casos, ajustes na rotina ou no uso de medicamentos, sempre com orientação profissional. Pets braquicefálicos, como Bulldog Francês, Pug, Shih-tzu e Persa, demandam atenção redobrada devido à maior dificuldade respiratória em ambientes quentes.
Durante o transporte, a segurança é um ponto central. No carro, o uso de caixa de transporte, cinto de segurança específico ou assento adequado é obrigatório e reduz riscos em caso de frenagens ou colisões. Pausas para hidratação e descanso fazem parte do trajeto, assim como a observação do comportamento do animal. Em situações de ansiedade intensa, o apoio farmacológico pode ser considerado, desde que prescrito pelo médico-veterinário.
Em viagens aéreas, o planejamento precisa ser ainda mais detalhado. As regras variam entre companhias e incluem limites de peso, dimensões da caixa de transporte, número de animais por voo e restrições para determinadas raças. O embarque exige atestado veterinário válido, emitido poucos dias antes da viagem, confirmando que o pet está saudável e apto a enfrentar o voo.
No destino, cuidados com parasitas ganham importância, especialmente em regiões quentes e com grande circulação de pessoas e animais. A atualização de antiparasitários e a adaptação gradual ao novo ambiente ajudam a reduzir alterações comportamentais e físicas. Manter objetos familiares, supervisionar passeios e evitar solos quentes em horários críticos são medidas que contribuem para uma experiência mais segura para pets e tutores durante o período de descanso.

